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Não estou aqui para condenar radicalmente esta prática. Meu objetivo é apenas deixar de tampar o sol com a peneira. Se a verdade nua e crua tem consequências, a mentira também tem. E isso raramente é considerado, pois existe a esperança de que a verdade nunca venha à tona. Ledo engano.
Todos sabemos que mentira tem perna curta. E eu explico o motivo. Quando fazemos algo, deixamos uma série de “marcas no universo”. Gastamos dinheiro, combustível, tempo. Somos vistos por pessoas e câmeras. Adicione ainda a lei de Murphy, que nos faz sujar roupas, levar multas de trânsito, sofrer pequenos incidentes, ou perder algum objeto em um lugar no qual não deveríamos estar… Com tudo isso, o álibi cuidadosamente montado acaba desmoronando, cedo ou tarde. É assim que a verdade surge.
E neste ponto tentar negar é inútil, pois a confiança já foi abalada. Qualquer tentativa de emendar uma mentira com outra só irá transformar a vítima em um detetive. Essa pessoa irá tentar descobrir o que de fato aconteceu, e ainda mais: vai querer saber o motivo pelo qual a mentira foi necessária. Promessa de mágoas adiante.
E é justamente essa a justificativa de quem mente ou omite informações importantes: querer evitar uma briga, uma mágoa ou uma discussão. Não percebe que, em algum momento, enfrentará a fúria do outro por duas razões distintas: pelo fato que desejava manter em segredo e pela série de ilusões criadas com esta finalidade.
Então, não seja hipócrita ao dizer que agiu desta forma para proteger o outro. Se quisesse isso realmente, pensaria sobre a relevância de fazer algo que não pode ser divulgado, pois traria sofrimento. Ao praticar o ato, já houve uma mágoa. Ao ocultá-lo, houve uma segunda. A mentira é uma atitude naturalmente egoísta. Afinal, o único protegido por ela é o próprio mentiroso, que foge das consequências de suas escolhas, mesmo sem saber o quão destrutiva pode ser essa covardia